O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) faz um importante alerta sobre a relação do cigarro com o câncer de bexiga. Pesquisa realizada com pacientes atendidos pela equipe de urologia em 2016 e 2017 mostrou que o tabagismo está ligado a 65% dos casos em homens e 25% em mulheres com tumores na região. No período em que foi feito o levantamento, foram realizadas mais de 600 cirurgias e cerca de duas mil consultas ambulatoriais.
A fumaça do cigarro contém inúmeras substâncias químicas e carcinogênicas. Quando os fumantes inalam a fumaça, elas são absorvidas pelos pulmões, entram na corrente sanguínea e são filtradas pelos rins. Uma vez na urina, todos esses compostos do tabaco podem danificar as células da bexiga, contribuindo diretamente para o desenvolvimento do câncer, em longo prazo.
Além do tabaco, produtos químicos como tinturas de cabelo e tintas em geral, tecidos, borracha e petróleo estão entre os fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. Indivíduos que trabalham na indústria e lidam com esses compostos por anos seguidos devem ficar atentos.
Apesar de pouco incidente, a taxa de mortalidade é alta, batendo seis vezes o câncer de próstata, que é o mais comum em homens e também atinge o sistema genito-urinário.
Sintomas x diagnóstico precoce
O levantamento do Icesp também mostrou que cerca de 30% dos pacientes tratados apresentam tumores com invasão da camada muscular, ou seja, bastante avançados, sendo necessária a retirada completa do órgão.
Sangue e espuma na urina, dor e dificuldade para fazer xixi e infecções urinárias frequentes são sinais de alerta, inclusive para outros problemas de saúde ligados ao aparelho urinário, por isso não devem ser ignorados. O diagnóstico do câncer de bexiga é realizado por exames de urina e de imagens, como tomografia computadorizada e citoscopia (análise interna da bexiga por um aparelho com câmera).
Falando em prevenção, é importante lembrar os profissionais da indústria do cuidado com o manuseio de produtos químicos, sendo fundamental o uso dos equipamentos de proteção (EPIs) como luvas e máscaras.
No geral, a dica é ingerir bastante água – no mínimo dois litros por dia para adultos – e apostar, diariamente, na alimentação equilibrada, com fibras, frutas e legumes, proteínas magras e a ingestão de produtos naturais, sempre que possível.
Na dúvida, procure sempre o seu urologista de confiança.
Fonte: Sala de Imprensa do portal do governo de São Paulo