Novas ferramentas de pesquisa, como a produção facilitada de anticorpos, o sequenciamento genético acelerado e os métodos cada vez mais simples de engenharia genética, estão revolucionando o entendimento que os biólogos têm de câncer, viabilizando o desenvolvimento de terapias mais específicas. Por meio de testes genéticos é possível identificar as vulnerabilidades específicas do tumor de um paciente em particular.
A década atual assistiu ao surgimento de uma abordagem terapêutica inteiramente nova. A ideia de pôr o sistema imunológico para combater tumores com todas as suas armas, que há pouco tempo não passava de sonho, tornou-se prática médica, com terapias aprovadas para oito tipos de câncer. O número de drogas oncológicas em desenvolvimento aumentou 45% nos últimos dez anos. No momento, há 600 delas sendo desenvolvidas por empresas de biotecnologia e laboratórios farmacêuticos.
Mas é importante dizer que o cenário não é animador para todos. Os pacientes de baixa renda têm ainda pouco acesso a prevenção e tratamentos na qualidade e tempo necessários a deter o avanço da doença. Por outro lado, a incidência de tumores provocados por maus hábitos alimentares, obesidade, consumo excessivo de álcool e tabagismo poderia ser significativamente reduzida em países ricos. Mas os avanços estão acontecendo.
Fonte: The Economist/Estadão (Set/17)