O que é?
Bexiga hiperativa é caracterizada pela associação de alguns sintomas: urgência urinária, com ou sem incontinência associada, geralmente acompanhada de aumento de frequência e noctúria (incontinência urinária noturna). Para o seu diagnóstico é fundamental afastar infecção urinária, condições metabólicas ou outras doenças que podem disfarçar o quadro clínico de bexiga hiperativa.
Sintomas
Os sintomas de bexiga hiperativa consistem de quatro componentes: urgência e aumento de frequência, noctúria (incontinência urinária noturna) e incontinência de urgência. A urgência, que é o principal sintoma, é definida como o desejo súbito e compulsivo de urinar. A frequência urinária superior a oito micções em um período de 24 horas é considerada aumentada. Noctúria é definida como a necessidade de acordar uma ou mais vezes por noite para urinar.
Fatores de risco
Vários fatores de risco estão associados com bexiga hiperativa. O risco é aumentado em pessoas brancas e pessoas com diabetes insulinodependente. Os indivíduos com depressão têm três vezes mais chances de desenvolver bexiga hiperativa. Idade acima de 75 anos, artrite, terapia de reposição hormonal oral e aumento do IMC (índice de massa corpórea) também são fatores de risco. As mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento, como a diminuição da capacidade da bexiga e as alterações no tônus muscular, favorecerem o desenvolvimento da bexiga hiperativa.
Diagnóstico
A bexiga hiperativa, cujo diagnóstico é clínico, é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas onde a urgência urinária é o principal componente. Dessa forma, a primeira abordagem é avaliar se os sintomas são consistentes com bexiga hiperativa. Outras causas de aumento de frequência, urgência e incontinência urinária devem ser excluídas.
História clínica cuidadosa, exame físico e exame de urina devem ser realizados em todos os pacientes. Para alguns pacientes, exames e procedimentos adicionais podem ser necessários a fim de excluir outras doenças, confirmar o diagnóstico ou planejar o tratamento.
Prevenção
Não há evidência científica comprovada a respeito de medidas preventivas para bexiga hiperativa. No entanto, hábitos saudáveis de vida como reduzir a obesidade e o tabagismo; evitar o consumo de bebidas alcóolicas e reduzir a ingestão de chás, cafeína, sucos cítricos e chocolates são medidas positivas que podem reduzir o impacto da bexiga hiperativa.
Tratamento
O tratamento da bexiga hiperativa é dividido em três linhas de tratamento:
Primeira linha de tratamento: são medidas comportamentais incluindo treinamento vesical, estratégias de controle vesical, controle da ingestão de líquidos e treinamento dos músculos do assoalho pélvico. São medidas que devem ser recomendadas para todos os pacientes.
Segunda linha de tratamento: medicamentos (antimuscarínicos e o agonista beta 3) com ou sem associação às medidas comportamentais.
Terceira linha de tratamento: a persistência dos sintomas após 8 a 12 semanas de tratamento comportamental ou após 4 a 8 semanas de tratamento com antimuscarínico é considerada refratariedade. Pacientes refratários ou que apresentaram efeitos colaterais aos antimuscarínicos são candidatos à injeção de toxina botulínica tipo A no detrusor, estimulação periférica do nervo tibial ou neuromodulação sacral.
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)