O QUE É?
Cálculo renal, popularmente conhecido como “pedra nos rins”, é uma doença causada pelo acúmulo de cristais existentes na urina. É comparado como “grãos de cristais” que se juntam dentro das vias urinárias e formam uma verdadeira pedra.
TIPOS DE CÁLCULO
São classificados de acordo com sua localização na via urinária:
1 – Renais (dentro dos rins);
2- Ureteral (canal que comunica cada rim com a bexiga. Seria a “estrada” que leva urina de cada rim para ser armazenada na bexiga);
3 – Vesical (na bexiga).
Composição do cálculo: oxalato de cálcio, ácido úrico, fosfato de cálcio e estruvita.
QUEM PODE TER E QUAL CHANCE?
Bastante comum: chance de 12% durante a vida. 1 em cada 8 pessoas terá pelo menos um episódio durante a vida. Cálculo renal é mais comum em adultos e um pouco mais prevalente no sexo masculino.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
O quadro típico é uma dor em cólica (início com dor muito forte que diminui um pouco a seguir), que começa na região das costas e pode ser sentida no abdome também. Acompanhando a dor forte podem ocorrer náuseas, vômitos e até mesmo febre (com infecção urinária associada). Normalmente acontece devido à movimentação de um cálculo nas vias urinárias. E pode ser confundida com sintomas de outras patologias como, por exemplo, apendicite, diverticulite, pedra na vesícula biliar, colecistite, cisto de ovário entre outras doenças.
Por outro lado, podemos ter grandes cálculos sem muitos sintomas. Com “dorzinha” persistente, de um lado só das costas, que piora com exercícios, podendo estar associada com infecção de urina de repetição e sangramento na urina.
FATORES DE RISCO
Pessoas obesas, sedentárias, com distúrbios metabólicos, com diabetes, com histórico na família e que moram em cidades muito quentes têm mais chance de terem cálculos.
Beber pouca água aumenta muito a concentração de cristais na urina e consequentemente é o principal fator de risco para formação de cálculos. Ingestão de refrigerantes (mesmo os Diet) e sucos artificiais, por conterem muito sal, ajudam na formação de cálculos renais. Inclusive em crianças e adolescentes.
DIAGNÓSTICO
A suspeita do diagnóstico vem com uma boa anamnese/história dos sintomas e exame físico realizado pelo médico do paciente. Podendo ser confirmada com exames complementares: Tomografia de abdome superior e inferior (melhor exame para cálculo urinário), ultrassonografia, exames de sangue e urina. Exames importantes para afastarem possibilidade de outras doenças que podem ter sintomas semelhantes.
TRATAMENTO
A dor da cólica renal é muito intensa e deve ser avaliada com urgência por um médico. Analgésicos potentes intravenosos muitas vezes podem ser necessários nas crises.
O tratamento do cálculo renal depende de alguns fatores, como sintomas (dor) do paciente, quantidade de cálculos, sua localização, tamanho e dureza do cálculo (avaliada pela tomografia). As opções vão desde uso de medicamentos para facilitar saída de cálculos pequenos nos ureteres até a cirurgia. Grande evolução ocorreu na cirurgia de cálculos nos últimos 15-20 anos, com técnicas minimamente invasivas, sem cortes e com uso de energia a laser para fragmentação dos cálculos. Aparelhos flexíveis e bastante finos, em mãos experientes, são capazes de alcançar e fragmentar cálculos localizados em qualquer parte do rim.
Cálculos ureterais persistentes e não tratados podem levar a perda irreversível (para sempre) da função renal, por impedirem a saída da urina de um dos rins para a bexiga.
Já os cálculos que estão nos rins, sem causar muita dor, podem crescer e obstruir a saída de urina do rim causando dor nas costas e determinar perda da função renal.
Desta forma, sempre que uma pessoa descobrir que tem cálculo renal, o ideal é ser avaliado por um médico urologista.
COMO PREVENIR?
Os cálculos renais são altamente tratáveis e preveníveis. Quando uma pessoa descobrir que tem cálculo renal ela deve procurar um urologista para definir e orientar o que deve ser feito. Mas medidas simples como beber bastante água (filtrada e tratada), em torno de 3-4 litros por dia, fazendo com que a cor da urina fique bem clara, quase transparente. Se a urina estiver amarelada é sinal que mais água deve ser ingerida.
Evitar comidas com muito sal e ricas em proteínas. Também devemos ficar atentos para infecções urinarias de repetição, tratando-as sempre.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
https://www.auanet.org/guidelines/kidney-stones-medical-mangement-guideline